Sempre fui muito curiosa. Desde criança. Faziam mil perguntas para meus pais. Quando aprendi a ler minha cabeça lotou de pontinhos de interrogação e minha mania de ler tudo começou. Lia tudo a minha volta. Papel de bala, cartazes na rua (naquele tempo eles ainda existiam), outdoors (Que Deus os tenha!), placa de vende-se e aluga-se, rótulo de shampoo. Nessas minhas nada seletivas leituras elaborava perguntas do tipo: O que é troca-se de óleo? E passe-se o ponto? Por que no ônibus está escrito ‘proibido o uso de aparelhos sonoros’?
Essa última pergunta, feita ao meu pai, foi respondida prontamente: “Para que ninguém ligue seu radinho Milton Neves e atrapalhe a viagem dos outros”. Mesmo com o pouco conhecimento de respeito e limites que tinha na época, achei uma resposta satisfatória e uma proibição relevante e observava que as pessoas a respeitavam.
Porém, hoje, não é isso que noto. As pessoas parecem querer mostrar o poder do rádio de seus celulares logo às 6h00 da matina. Todos os dias, sem exceção, presencio a mesma intrigante e até odiosa cena: pessoas de todas as idades tiram de seus bolsos seus celulares com potências maiores que de radinhos Milton Neves e sem qualquer respeito compartilha com todos seu ritmo de música preferido.
Se tiver um amigo ao lado o barulho é mais perturbador. Cada um quer mostrar suas músicas e toques de celulares. Não é mais possível meditar, ler um livro, cochilar sem ser perturbado por sinais sonoros de gosto duvidoso. E a plaquinha avisando a proibição desses aparelhos? Continua lá, esquecida, como a maioria das leis.
Essa última pergunta, feita ao meu pai, foi respondida prontamente: “Para que ninguém ligue seu radinho Milton Neves e atrapalhe a viagem dos outros”. Mesmo com o pouco conhecimento de respeito e limites que tinha na época, achei uma resposta satisfatória e uma proibição relevante e observava que as pessoas a respeitavam.
Porém, hoje, não é isso que noto. As pessoas parecem querer mostrar o poder do rádio de seus celulares logo às 6h00 da matina. Todos os dias, sem exceção, presencio a mesma intrigante e até odiosa cena: pessoas de todas as idades tiram de seus bolsos seus celulares com potências maiores que de radinhos Milton Neves e sem qualquer respeito compartilha com todos seu ritmo de música preferido.
Se tiver um amigo ao lado o barulho é mais perturbador. Cada um quer mostrar suas músicas e toques de celulares. Não é mais possível meditar, ler um livro, cochilar sem ser perturbado por sinais sonoros de gosto duvidoso. E a plaquinha avisando a proibição desses aparelhos? Continua lá, esquecida, como a maioria das leis.
3 comentários:
hahahaha
boa...mas com 'radinho', celulares, ipods eu me incomodo menos... fico ocm dó do coitado q coloca Iron no volume 40...ñ vai ouvir seus rebentos chamando 'pai'...mas se tem uma coisa q me irrita é gente gritando e dando risada alta no busao... fala sério...
“Para que ninguém ligue seu radinho Milton Neves e atrapalhe a viagem dos outros”
ahahahahahahaha! excelente a resposta do seu pai!
eu também me incomodo muito com esses rádio-celulares e o que é mais irônico é a presença de fones de ouvido na pessoa que escuta! se tivesse sem, seria a mesma coisa para as pessoas que estão do lado! (ou muito longe e mesmo assim dá pra escutar!).
Sem contar que daqui no máximo uns dez anos haverá uma geração de surdos, sério mesmo!
Adorei o texto, Mazinha!
Ter a palavra de um pai "forte" é fundamental para o entendimento deste complexo universo chamado busão! O que talvez seu pai sequer poderia imaginar é que o Milton Neves seria moleza diante do MC CRÈU! Literalmente, não estamos em tempos favoráveis as neves e, menos ainda, ao transporte público! Logo, não sei o que é pior em um busão, mas concordo com seu julgamento!
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