sexta-feira, 21 de março de 2008

Erros e acertos na ótica da ética

A Veja da semana passada (edição 2052) trouxe em suas páginas amarelas uma entrevista com Marcílio Marques Moreira, ex-presidente da Comissão de Ética do governo Lula. Na entrevista, Moreira não critica diretamente o governo Lula, mas comenta a falta de ética dos ocupantes do Palácio do Planalto. “O presidente não é sujeito à competência da comissão, não dá para fazer considerações sobre ele. Mas posso dizer que a falta de sensibilidade ética é algo que permeia todo o antiplano do governo”.

A corrupção e os escândalos envolvendo o presidente também apareceram em vários momentos da entrevista. Ao ser questionado se a corrupção aumentou ou não no governo Lula, Moreira levantou a questão das expectativas e das promessas feitas pelo PT que não foram cumpridas. “(...) as expectativas éticas sobre esse governo eram muito grandes. O PT sempre foi muito identificado com o combate à corrupção e no poder deixou a desejar nesse aspecto”, completou.

O governo Lula ao manter (ou aumentar, como muitos acreditam) a corrupção no país e não punir os envolvidos pelo crime que cometeram a seus eleitores que confiaram em seu nome a representação de seus interesses, decepcionou toda a sociedade brasileira, até mesmo a parcela que já não acreditava em grandes evoluções de ética em Brasília.

Ao comentar a política externa, Marinho apontou as falhas do governo ao esquecer-se da parte norte do globo e priorizar o apoio a governos nem sempre comprometidos com a democracia.

O comentário final foi sobre um dos principais motivos da popularidade do presidente: a bem sucedida economia. “O sucesso da economia é a confirmação de que, quando uma meta é perseguida como política de estado, sem pecuinhas partidárias, ela produz excelentes resultados. O governo Lula deu continuidade a essa estrutura. Foi um dos seus principais acertos”, finaliza Moreira.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Pecados globais


Não é de hoje que a questão da poluição da Terra toma conta do cenário político- internacional. O protocolo de Kyoto, acordo internacional que objetiva a redução de gases poluentes, é só mais um dos exemplos de projetos que deram pouco ou nenhum resultado. Isso porque os maiores emissores de gases-estufa insistem em não ceder às taxas de redução alegando uma perda significativa dos lucros arrecadados nas indústrias.

Além disso, os governantes não estão dispostos a cuidar das riquezas naturais de seus próprios países e não fazem questão nenhuma de esconder essa escolha. Um exemplo recente disso foi a declaração polêmica do presidente Lula a respeito do constante e cada vez mais preocupante desmatamento da Amazônia: 'O que aconteceu, na minha opinião, eu não sou comunicador, posso estar errado... você vai no médico detectar por que você está com um tumorzinho aqui, e ao invés de fazer biópsia e saber como vai tratar, você já saiu dizendo que estava com câncer”.

A declaração vinda da boca do presidente que, por muitas vezes criticou o não cumprimento do Protocolo de Kyoto, é contraditória. “O dado verdadeiro é que o Protocolo de Kyoto não pode ser uma peça de ficção. É muito fácil assinar documentos e esquecer na gaveta”, disse. Além de suas críticas, o que o presidente também esqueceu é o fato de que apesar da maior parte da Amazônia situar-se no Brasil, sua destruição não afeta somente o país.

Deixando de lado Lula e seu “tumorzinho” e falando das novidades que envolvem as questões ambientais. O Vaticano resolveu incluir a poluição na nova lista de pecados. A medida visa atingir os fiéis que ainda temem os castigos divinos e mostrar que a igreja católica está se modernizando e preocupando-se com fatos novos e de amplitude global.

Entre os “novos pecados” estão também as questões da bioética. “(Dentro da bioética) há áreas onde devemos absolutamente denunciar algumas violações dos direitos fundamentais da natureza humana, por meio de experiências e da manipulação genética, cujos resultados são difíceis de prever e controlar', afirmou o arcebispo Gianfranco Girotti em entrevista dada ao L'Osservatore Romano (órgão oficial do Vaticano).

Desde o pontificado de João Paulo II, o Vaticano tem adotado medidas pró- meio ambiente. Além de promover uma conferência para discutir os problemas do aquecimento ambiental e das mudanças climáticas, o vaticano também instalou células fotovoltaicas em seus prédios para gerar eletricidade.

Em tempos em que os danos ambientais devem ser preocupações de todos é louvável as medidas adotadas pelo Vaticano, porém os representantes da fé católica ainda têm muito a alcançarem no quesito modernização, principalmente, no que envolve as pesquisas das células-troncos.