Sempre me incomodei com as sugestões de outros itens de compras que saltavam da tela todas as vezes que eu pesquisava um produto na internet. Incomodava-me porque não respeitavam a singularidade de cada comprador. Não é porque pesquisei o CD do Chico Buarque que necessariamente eu vou gostar do Caetano.
Chatices a parte, eu imagino que a ferramenta deve alavancar horrores as vendas. Não porque a chance de acerto é grande, mas porque joga na cara do comprador outros produtos que ele pode levar por impulso ou para presentear alguém.
Fiz o teste no site da Americanas, cliquei aleatoriamente em uma de suas ofertas, a coleção de livros de Stephenie Meyer (Crepúsculo, Eclipse, Lua Nova, Amanhecer). O site exibiu como produtos semelhantes os livros de receita da Dona Benta e a coleção de Chico Buarque. De semelhantes, os livros só tinham o formato de coleção.
Claro que alguém que lê Meyer pode ser apaixonado por culinária ou ter um gosto mais refinado nas horas vagas e ler Chico Buarque. Mas ainda acho que esse recorte não abrange tantos compradores.
A reportagem “A Ciência do Palpite” da Veja dessa semana me tranqüilizou. A matéria mostra que os cientistas da computação já estão preocupados em apurar esses sistemas de recomendações. Prova disso é que o site americano de aluguel de filmes NetFlix oferece o gordo prêmio de 1 milhão de dólares para quem conseguir melhorar em 10% a precisão de seu sistema de recomendações.
Pelo valor da recompensa já dá para imaginar o quanto o site pretende lucrar, mas o lucro também será dos clientes que não serão mais bombardeados com opiniões de vendedores virtuais semelhantes a muitos que encontramos em lojas físicas que sugerem por sugerir na tentativa de chutar um produto para engordar a sua sacola.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
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