sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Eu desisto!

“Desisti. E isso é a coisa mais triste que tenho a dizer. A coisa mais triste que já me aconteceu. Eu simplesmente desisti.Não brigo mais com a vida, não quero entender nada.
(...)
Passei a vida sendo a irritadinha, a que queria tudo do seu jeito”
(Tati Bernardi)



Eu desisti de entender qualquer coisa. Desisti de questionar pela milésima vez coisas que nunca entendi. Parei de pensar antes de dormir. Agora eu caio na cama e babo. Não penso mais nas contas que tenho que pagar, no que aconteceu há anos e até hoje não compreendi. Não penso mais antes de dormir e sou mais feliz assim.

Eu não quero mais saber por que meu irmão morreu com sete anos de idade. Não quero mais entender por que não fiquei doente no lugar dele. Não quero mais saber por que aconteceu isso com uma pessoa tão boa como a minha mãe.

Eu quis saber. Não quero mais. Não quero porque sei que nunca saberei. Não corro mais atrás do que nunca acontecerá. Nem penso mais nisso. Eu fico só com a dor. A dor que não vai passar. Mas uma dor sem questionamento. E quando com o choro de dor vêm as lágrimas da revolta eu as afasto. Não quero mais.

Eu não quero mais entender por que existem mães loucas no mundo. Eu não quero mais saber por que uma ligação telefônica pode colocar tudo a perder. Eu não quero mais saber o que pensam de mim e nem por que pensam aquilo de mim. Eu não quero mais saber por que sempre sou a vice num processo seletivo.

Aceito qualquer frase que me digam após uma derrota ou decepção. Qualquer coisa já me conforta. Qualquer coisa que me dê um pouquinho de esperança para tentar mais uma vez, mas que não me faça questionar nada.

Aceito “não era pra ser”, “o que é pra ser nosso ninguém tira”, “Deus sabe o que faz”. “um dia você vai entender que foi melhor assim”, “Deus quis assim”. Aceito tudo! Digam o que quiser. Tire a revolta de mim, eu aceito.

Um comentário:

Kimera Kenaun disse...
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