Todo ano, vestibulares como os da Fuvest e Unicamp divulgam a lista de leitura obrigatória para quem vai participar das provas. Da relação constam livros da literatura clássica nacional e internacional.
Para muitos professores de língua portuguesa essa cobrança se faz necessária, pois a maioria dos alunos não tem hábito de ler. “Não gosto muito da idéia das listas obrigatórias. O ideal seria que os alunos lessem espontaneamente”, disse o professor de português do curso Objetivo Ícaro Luís Fracarolli Vila.
Outros mestres avaliam que a cobrança pode ser prejudicial para a formação de leitores. “Nem sempre colabora, pois se trata de algo pontual, de uma prova. Dessa forma, por vezes, o vestibular mais afasta do que aproxima os alunos da literatura”, afirmou o professor Ademir Barbosa Júnior, autor do livro “Segredos para o Vestibulando - do CDF ao ZEN”.
Mas Barbosa Júnior concorda que para alguns o resultado é muito positivo. “De qualquer maneira, existem boas descobertas feitas por esses estudantes. Alguns continuam a se aprofundar em determinados autores e tornam-se realmente leitores”.
Daniel da Silva Gomes, 17, é aluno do Cursinho Etapa e estuda para o vestibular de engenharia da USP (Universidade de São Paulo) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas. Afirmou que leu os livros exigidos durante o ensino médio. “A maioria dos meus amigos tem opinião semelhante a minha, mas conheço pessoas que apreciam as obras e buscam ler outros livros dos mesmos autores”.
Já Paula Gea Zampieri,18, não está preocupada com a lista da USP, embora tenha lido alguns dos livros durante o ensino médio. Aluna do cursinho CPV, Paula prestará administração na FGV (Fundação Getúlio Vargas) e no Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais). Para isso, tem lido os livros indicados por essas instituições. “No cursinho estamos lendo Gilberto Freyre, Caio Prado Jr. e Sérgio Buarque de Holanda”, afirmou.
A escolha dos livros que constarão dos vestibulares também gera controvérsias. Os professores consideram boa a seleção. Afirmam que nas listas está condensado o melhor da literatura. “É uma feliz coincidência. Apesar de ser obrigatória, os alunos têm acesso ao melhor da literatura”, disse o professor de português do curso Anglo Samuel da Silva.
Já a vestibulanda Paula acha que a lista deveria ser escolhida de acordo com cada curso. “Cada vestibular deveria cobrar assuntos pertinentes ao próprio curso que o aluno vai prestar. Com certeza eu iria banir livros como “Iracema” e lotaria o vestibular de Machado de Assis”, disse.
Muitos alunos consideram os livros cansativos. Por isso recorrem a resumos encontrados na internet e nos próprios cursinhos e colégios. “Apesar de todo o esforço dos professores, a maioria procura os resumos. Além disso, a globalização e o sistema educacional fizeram com que o gosto pela leitura diminuísse. Ler exige tempo. Por isso os alunos preferem os resumos que oferecem uma síntese do enredo, deixando de lado toda a beleza estética do texto”, afirmou o professor Ícaro.
O professor afirma ainda que as próprias provas permitem que os alunos recorram aos resumos. “Os vestibulares são culpados, pois preocupam-se em cobrar apenas o plano da história, deixando de lado o estético. Se o plano estético fosse cobrado, os alunos não teriam como deixar de ler as obras”.
Para muitos professores de língua portuguesa essa cobrança se faz necessária, pois a maioria dos alunos não tem hábito de ler. “Não gosto muito da idéia das listas obrigatórias. O ideal seria que os alunos lessem espontaneamente”, disse o professor de português do curso Objetivo Ícaro Luís Fracarolli Vila.
Outros mestres avaliam que a cobrança pode ser prejudicial para a formação de leitores. “Nem sempre colabora, pois se trata de algo pontual, de uma prova. Dessa forma, por vezes, o vestibular mais afasta do que aproxima os alunos da literatura”, afirmou o professor Ademir Barbosa Júnior, autor do livro “Segredos para o Vestibulando - do CDF ao ZEN”.
Mas Barbosa Júnior concorda que para alguns o resultado é muito positivo. “De qualquer maneira, existem boas descobertas feitas por esses estudantes. Alguns continuam a se aprofundar em determinados autores e tornam-se realmente leitores”.
Daniel da Silva Gomes, 17, é aluno do Cursinho Etapa e estuda para o vestibular de engenharia da USP (Universidade de São Paulo) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas. Afirmou que leu os livros exigidos durante o ensino médio. “A maioria dos meus amigos tem opinião semelhante a minha, mas conheço pessoas que apreciam as obras e buscam ler outros livros dos mesmos autores”.
Já Paula Gea Zampieri,18, não está preocupada com a lista da USP, embora tenha lido alguns dos livros durante o ensino médio. Aluna do cursinho CPV, Paula prestará administração na FGV (Fundação Getúlio Vargas) e no Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais). Para isso, tem lido os livros indicados por essas instituições. “No cursinho estamos lendo Gilberto Freyre, Caio Prado Jr. e Sérgio Buarque de Holanda”, afirmou.
A escolha dos livros que constarão dos vestibulares também gera controvérsias. Os professores consideram boa a seleção. Afirmam que nas listas está condensado o melhor da literatura. “É uma feliz coincidência. Apesar de ser obrigatória, os alunos têm acesso ao melhor da literatura”, disse o professor de português do curso Anglo Samuel da Silva.
Já a vestibulanda Paula acha que a lista deveria ser escolhida de acordo com cada curso. “Cada vestibular deveria cobrar assuntos pertinentes ao próprio curso que o aluno vai prestar. Com certeza eu iria banir livros como “Iracema” e lotaria o vestibular de Machado de Assis”, disse.
Muitos alunos consideram os livros cansativos. Por isso recorrem a resumos encontrados na internet e nos próprios cursinhos e colégios. “Apesar de todo o esforço dos professores, a maioria procura os resumos. Além disso, a globalização e o sistema educacional fizeram com que o gosto pela leitura diminuísse. Ler exige tempo. Por isso os alunos preferem os resumos que oferecem uma síntese do enredo, deixando de lado toda a beleza estética do texto”, afirmou o professor Ícaro.
O professor afirma ainda que as próprias provas permitem que os alunos recorram aos resumos. “Os vestibulares são culpados, pois preocupam-se em cobrar apenas o plano da história, deixando de lado o estético. Se o plano estético fosse cobrado, os alunos não teriam como deixar de ler as obras”.
*A matéria foi escrita para o Jornal Rudge Ramos
Um comentário:
concordo com a obrigatoriedade dos livros no vestibular,porque mesmo que o aluno não os leia, pelo menos ajuda a construir um referencial cultural mínimo, sem o qual é ridículo se pensar em cursar o ensino superior.
como sempre, bela matéria, mazinha!
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